O Choro da Viúva
Autor: Pedro Emmanuel
Quem vos narra este pequeno conto
sou eu, a Morte, pois foi uma infeliz tragédia que se passou despercebida aos
olhos da alta sociedade Brasileira dos anos sessenta mas que coube a mim uma
participação trivial nos eventos que se passarão nas próximas estrofes. Irei narra
parte de uma noite em especifica da vida de um casal rico, mas sem filhos,
chamados Eduardo e Emilly. Apaixonados e abeira de seus vinte e poucos anos.
Enfim, Eduardo trabalhava como advogado
do pai de Emilly, foi assim que se conheceram, e Emilly de dedicava às artes em
geral, musica, pintura, e a paixão pelo cinema. Na noite em questão estavam
indo ver a estreia de le cri de la veuve do
cineasta Jean-Pierre Chapaut,
considerado pequeno no mundo do cinema, e acreditem se quiserem eu o levei de
depressão.
Entusiasmada pelo espirito
Quixotesco, Emilly abriu mão de suas joias e de seu belo vestido e se arrumou
de maneira simples, para não chamar a atenção dos repórteres. Convenceu o
marido do mesmo. Chegando na porta do cinema, Eduardo bateu nos bolsos mas não
encontrou sua carteira, e notando um problema um guarda veio ajudar-lhe:
- Boa noite, madame! Precisa de
algo senhor?
- Não, muito obrigado... seu Guarda.
- posso ver sua carteira?
- Ele esqueceu-a no carro...
- Calada – assoprou um apito –
vamos submete-lo à um interrogatório, venha conosco
Nisso apareceu mais dois homens
fardados, e o levaram entre gritos e berros relutantes à favor da liberdade de
expressão e contra qualquer gesto autoritário, mas no final o que restou foi
uma jovem com a garganta seca de tanto gritar, com os olhos lacrimosos de tanto
chorar e com os braços vermelhos de tanto lutar e por fim acabar vendo a
partida de seu marido.
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